Hoje em dia, a exposição de crianças às telas faz parte da rotina das famílias e das escolas. No entanto, quando o tempo de exposição é excessivo, pode trazer consequências negativas para o desenvolvimento infantil, especialmente no que se refere à concentração e à aprendizagem.

De acordo com especialistas em saúde e educação, o uso prolongado de telas está associado à redução da capacidade de atenção, à dificuldade de concentração e ao aumento da ansiedade e da irritabilidade. Isso acontece porque os conteúdos digitais, especialmente vídeos curtos, jogos e aplicativos, oferecem estímulos visuais e sonoros muito rápidos, com recompensas imediatas, ou seja, quando a criança passa muitas horas por dia nesse tipo de ambiente digital acelerado, o cérebro se acostuma a esperar novidades o tempo todo. Assim, tarefas que exigem foco contínuo, como prestar atenção ao professor, copiar um exercício ou realizar uma leitura, tornam-se mais difíceis e até entediantes.

Outro ponto importante é que o tempo em frente às telas costuma muitas vezes substituir atividades essenciais para o desenvolvimento cognitivo e emocional, como brincar, explorar o ambiente, interagir com outras pessoas, praticar esportes ou simplesmente observar o mundo real.
Essas experiências fortalecem áreas do cérebro ligadas à concentração, à autorregulação emocional e à criatividade (habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar).

Mas qual seria o tempo ideal para o uso de telas em cada faixa etária?

Como equilibrar o uso de telas em casa?

• Estabeleça horários fixos para o uso de dispositivos eletrônicos;
• Evite o uso de telas durante as refeições e antes de dormir.
• Estimule brincadeiras ao ar livre, leitura e atividades em família.
• Dê o exemplo: os hábitos dos adultos influenciam diretamente os das crianças.
• Prefira conteúdos educativos e participe das experiências digitais com os filhos.
• Converse sobre o que veem nas telas, ajudando-as a pensar e refletir sobre o conteúdo.

Por que o equilíbrio é essencial?

As telas podem ser aliadas na educação e na comunicação, desde que usadas com propósito e moderação. Quando o tempo de exposição é equilibrado, as crianças aprendem a utilizar a tecnologia de forma produtiva e saudável. O exemplo dos adultos e o diálogo constante sobre o uso responsável das tecnologias ajudam a formar crianças mais atentas, críticas e preparadas para aprender dentro e fora da sala de aula.

Referências bibliográficas

• Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Manual de Orientação – Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital. 2022. Disponível em: https://www.sbp.com.br.
• Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Sociedade Brasileira de Pediatria: Manual de Orientação #Menos Telas #Mais Saúde - Atualização 2024. Disponível em: https://www.sbp.com.br.
• Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. Primeira infância e exposição às telas. 2023. Disponível em: https://www.fmcsv.org.br.
• Conselho Federal de Psicologia. Crianças, adolescentes e o uso excessivo das telas. CFP, 2022. Disponível em: https://site.cfp.org.br.